Por muito tempo admitiu-se que era necessário evitar os alérgenos. Hoje em dia, este princípio foi desacreditado, desde que certas regras sejam respeitadas.
Uma vez que a alergia aparece é necessário conviver com ela. A única solução para evitar rinite, crise de asma ou edema é fugir do alérgeno ou recorrer à dessensibilização, quando isso for possível. No entanto, algumas medidas tomadas antes mesmo do nascimento da criança limitarão os riscos de desenvolver uma alergia. O pediatra francês Dr. Étienne Bidat explica que “a primeira regra a seguir é não fumar durante a gravidez. Isso está diretamente ligado à modificação da expressão dos genes e tem influência direta sobre as gerações futuras: o tabagismo da avó gera asma nos netos”. Depois do nascimento do filho, os pais devem manter-se sem fumar.
Por outro lado, nenhum regime alimentar específico é recomendado. Não é preciso evitar amendoim ou nozes, alimentos considerados de risco. Ao contrário, diversificar a alimentação é necessário. “Contrariamente do que temos praticado por muitos anos, percebemos que era necessário introduzir alérgenos alimentares o mais cedo possível. O melhor período para que a diversificação alimentar induza à tolerância é entre 4 e 6 meses de vida”, explica o Dr. Jacques Robert, especialista em alergias e consultor no Centro Hospitalar Universitário de Lyon.
Segundo o especialista, nenhum alimento deve ser banido. Se a criança comer amendoim desde cedo, por exemplo, pode reduzir de 70 a 80% o risco de se tornar efetivamente alérgico a este alimento, como revelou um estudo publicado em fevereiro deste ano no New England Journal of Medicine (NEJM).
O Dr Étienne Bidat comenta que não existe nenhum método reconhecido para prevenir as alergias respiratórias. “Durante anos, pensamos que existia uma relação de causa e efeito entre a exposição precoce aos pneumalérgenos inalados e a alergia. Contudo, estudos revelam que não existe uma ligação entre a contaminação da casa de um recém-nascido e o desenvolvimento subsequente da asma. Porém, há uma ligação entre a exposição aos ácaros e os testes positivos”.
É, portanto, perfeitamente supérfluo tentar eliminar todos os alérgenos do ambiente de uma criança. Mas é também pouco realista expô-la muito cedo a infecções. Entretanto, estudos têm mostrado que crianças criadas em famílias grandes ou que vivem em ambiente rural são menos alérgicas do que as outras.
Fonte: Pneumoblog – Brazil247