Medidas de higiene derrubam infecção hospitalar

Aplicada em 119 hospitais públicos de 25 estados, iniciativa aumentou a segurança nos cuidados com os pacientes e ajudou a economizar recursos

Nas UTIs, tubos, acessos e cateteres são itens indispensáveis, mas também potenciais focos de contaminação. Para reduzir esse risco, o Proadi-SUS, grupo de instituições privadas que dá suporte à rede pública, implementou o Saúde em Nossas Mãos.

O trabalho tem como foco a diminuição de infecções na corrente sanguínea e no trato urinário, assim como de pneumonia associada à ventilação mecânica. O intuito é fazer uma revisão dos processos, desde medidas simples, como lavar as mãos, passando pelo protocolo na colocação de sondas e na manipulação de medicamentos.

“O projeto busca também estimular a troca de conhecimento e experiências, com encontros presenciais e virtuais”, conta a enfermeira Claudia Garcia de Barros, coordenadora do programa.

Iniciado em janeiro de 2018, ele já fez despencarem em 46% as infecções por cateter na veia e em 62% aquelas relacionadas a sondas urinárias. Veja abaixo mais dados dos resultados do projeto:

4 066 infecções evitadas
149 milhões de reais de economia ao SUS
1 411 vidas salvas

(Foto: Eucyln/Getty Images)

Fonte: Saude.abril

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Emergência médica: reduzindo a malfadada espera

Pode parecer utopia, ou um sonho dos sonhadores desvairados, mas não é. Já existe atendimento imediato às pessoas que precisam de serviço de emergência. Trata-se da experiência de um programa do SUS, baseado na sistemática de fluxos, desenvolvido pela montadora de carros da Toyota desde 1940, para aumentar a produtividade, eficiência, segurança, e evitar desperdício de tempo da empresa. Esse fluxo foi ajustado ao atendimento dos pacientes da emergência do SUS, num convênio entre o Ministério da Saúde e o Hospital Sírio Libanês (SP). Funciona assim: na chegada do paciente na emergência, esse passa por uma avaliação médica no próprio local em que se encontra (sala de espera). Após essa avaliação, recebe uma classificação dos graus de riscos de agravamento de sua doença: os de baixo risco, serão atendidos e encaminhados para a Atenção Primária; os com maior risco, serão admitidos, para a realização de procedimentos, exames ou internações. Pronto: o paciente é assistido e sua doença avaliada com destino e soluções apropriadas a cada caso. A experiência se desenvolve em São Paulo, Belo Horizonte (MG), Palma (TO), Goiânia (GO), Florianópolis (SC) e Fortaleza (CE). O Hospital Hugol de Goiânia reduziu o tempo médio de espera para o atendimento de emergência, em 55%, com o novo programa iniciado há apenas seis meses (Folha de São Paulo, 10/07/2018).

Por isso, acredito na possibilidade de que se poderá reduzir o sofrimento dos que esperam atendimento de emergência por horas sem fim, porque está comprovado que a sistematização de atendimento médico, sob a forma de fluxos, funciona muito bem. O celebrado “Check list” de Atul Gawande, criado para realização de procedimentos cirúrgicos, os fez fluir sem adiamentos ou complicações das cirurgias orientadas pelo “check list”. (“Check list”, Como fazer as coisas certas – Atul Gawande 2009).

Esse método relaciona-se com o do SUS porque se baseia na estratégia de montagem da Boeing, fabricante dos aviões mais seguros do mundo,

Resumindo: Os métodos têm fundamento básico na disciplina para seguimento dos fluxos e nas observações permanentes das rotinas, de modo inarredável, durante toda a execução. Simplesmente assim, poder-se-á um dia, até zerar, a malfadada espera.

DraMarcia Dra. Márcia Alcantara Holanda
Médica pneumologista; coordenadora do Pulmocenter; membro da Academia Cearense de Medicina
pulmocentermar@gmail.com
FonteO povo

 

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