Câncer de pulmão: um mal para a saúde e as contas públicas

Esse tipo de tumor, além de acumular muitas vítimas, pesa nos cofres dos governos. Um especialista traça esse cenário preocupante no Brasil e no mundo

câncer é um dos maiores desafios do século. A doença é responsável por mais de um quarto de todos os óbitos e, até 2030, será a principal causa de morte no planeta. No congresso da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), que ocorreu na Malásia, foram divulgadas estimativas indicando 18,1 milhões de novos casos e 9,6 milhões de falecimentos pela enfermidade só no ano de 2018.

Como é de esperar, países de renda menor sofrem mais o impacto. Em resumo, o câncer está para os tempos atuais como a peste negra esteve para a Idade Média.

Um passo para tentarmos modificar essa história é entender bem o tema, os números e os tipos de tumor. Quando somamos ambos os sexos, o câncer de pulmão é o mais comum (11,6% dos casos) e também o mais mortal (18,4% dos óbitos pela doença).

O maior promotor desse problema é, de longe, o tabagismo, que já matou 50 milhões de pessoas na última década. Se as tendências continuarem, 1 bilhão de pessoas morrerão pela exposição ao tabaco neste século, o que equivale a um falecimento a cada seis segundos.

Além de consequências que podem ser devastadoras para o doente e seus familiares, cabe salientar a repercussão coletiva da doença. Um estudo extenso do núcleo de inteligência da revista The Economist, com o qual pude contribuir, aponta que os custos diretos da assistência oncológica aumentaram muito nas duas últimas décadas.

Nos Estados Unidos, estima-se que os gastos passaram de 27 bilhões de dólares em 1990 para mais de 125 bilhões em 2010. Se os custos da atenção ao câncer crescerem 2% anualmente, os gastos projetados para 2020 serão de 174 bilhões de dólares.

No Brasil, a mesma pesquisa estimou o custo anual direto com câncer de pulmão, só pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em 250 milhões de dólares. A conta no sistema privado é ainda maior, apesar de estar disponível para só parte da população. Se o SUS desembolsasse o mesmo que o sistema privado para cada paciente com tumor de pulmão, essa cifra subiria para 1,7 bilhão de dólares!

Os vários novos tratamentos na área da oncologia só serão efetivamente uma realidade se construirmos soluções que ultrapassem os desafios financeiros evidentes. Nenhuma conquista será verdadeira se não tivermos as ferramentas, incluindo a coragem, de pautarmos questões complexas, como um financiamento realista das armas que possuímos hoje contra o que deve ser o mal do século 21.

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O tratamento contra câncer de pulmão vai ficar mais ágil e eficaz

Aliança entre três farmacêuticas acelera a realização de exames que ajudam a definir a melhor estratégia terapêutica contra esse tipo de tumor

A proposta do projeto Inspire é agilizar os exames que determinam qual tratamento escolher contra o câncer de pulmão.
Os novos tratamentos contra o câncer de pulmão avançado asseguram uma chance de sobrevida após cinco anos até quatro vezes maior do que a quimioterapia. Só que, para usá-los, o paciente precisa se submeter a exames que podem tomar tempo demais e, assim, inviabilizar a estratégia – é aí que entra o projeto Inspire. Continue lendo

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Um tipo de gordura pode aumentar o risco de câncer de pulmão

A versão saturada foi ligada a uma maior probabilidade de ter esse problema. Mas outras até nos protegeriam desse tumor

Com o objetivo de investigar a relação entre dieta e câncer de pulmão, cientistas americanos, europeus e asiáticos tomaram fôlego e revisaram 10 estudos, totalizando quase 1,5 milhão de voluntários. Coincidência ou não, o cardápio de boa parte dos participantes diagnosticados com tumores nesse órgão continha uma quantidade superior de gordura saturada, presente na carne vermelha e na manteiga, por exemplo. Colocando na ponta do lápis, o excesso desse nutriente foi atrelado a um risco 14% maior de desenvolver a enfermidade. Continue lendo

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Anvisa libera nova terapia para pacientes com contra câncer de pulmão

O novo tratamento não se aplica a todos os pacientes mas, nos casos indicados, poderá substituir a quimioterapia

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma nova frente de tratamento contra o câncer de pulmão. O Keytruda, nome comercial do pembrolizumabe, será indicado como primeira linha de tratamento para os doentes com tumores com um marcador específico.

Segundo dados apresentados recentemente durante o congresso anual da American Society of Clinical Oncology, a ASCO, 61% dos pacientes do grupo que utilizaram o pembrolizumabe permaneceram vivos aos 18 meses de tratamento, em comparação com 43% do grupo da quimioterapia. Além disso, a nova terapia reduziu em 37% o risco de morte por qualquer causa.

O tratamento não se aplica a todos os pacientes, somente para aqueles com tumores classificados como de não pequenas células – 85% dos casos. Desse total, 30% apresentam altos níveis da proteína PD-L1. É esse grupo que poderá ser beneficiado pela nova terapia. Continue lendo

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