Caminhe contra a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)

Os sintomas e as consequências dessa doença respiratória perigosa (e muito associada ao cigarro) podem ser amenizados com a atividade física

A DPOC afeta os pulmões. Mas o exercício pode amenizar o quadro.

Pode ser difícil encontrar ânimo diante da falta de ar e da fraqueza provocadas pela doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Mas pesquisadores espanhóis têm argumentos convincentes para incluir os exercícios no combate à condição, um resultado de anos de tabagismo ou da inalação de gases poluentes.

Eles distribuíram acelerômetros – um aparelho que mexe a movimentação – a 114 pacientes com diferentes níveis de atividade física. Aí, constataram que a progressão da doença é mais lenta entre aqueles que se movimentam no dia a dia. A cada mil passos dados, o efeito protetor se ampliava.

“Exercitar-se tem um poder anti-inflamatório”, interpreta o fisioterapeuta e educador físico Celso Ricardo Carvalho, da Universidade de São Paulo. “Dançar, subir escada, andar no parque… Tudo o que o sujeito conseguir fazer ajuda a preservar a função pulmonar”, afirma.

A DPOC afeta os músculos
A redução do fluxo de ar característica da doença se reflete em todo o corpo. Com a falta de oxigenação, até os músculos começam a degenerar.

E a perda de força leva a pessoa ao sedentarismo, formando um círculo vicioso. Devidamente orientados por um profissional, exercícios de resistência, com pesinhos, ajudam a reverter a perda de massa magra.

Como montar um treino seguro e eficaz
Ajuste aos poucos: deve-se começar de maneira leve e avançar lentamente. O controle de tempo e intensidade das práticas é crucial.

Foco na respiração: na DPOC, os músculos do tórax e o diafragma são muito exigidos. Por isso, exercícios específicos para respiração são bem-vindos.

Pausa nas crises: diante de falta de ar, chiado no peito e tontura, é preciso parar os exercícios até se recuperar bem.

Após hospitalização: depois de uma internação, um programa de reabilitação pulmonar, orientado por fisioterapeuta, ajuda a retomar as atividades.

Por Goretti Tenorio
Ilustração: Pedro Hamdan/SAÚDE é Vital

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Meu querido amigo Sérgio Gomes de Matos

Por: Márcia Alcântara 

Sérgio, O Doutor Sérgio, médico de homens, dotado de uma empatia revelada no reconhecimento da dor do outro, completada pelo altruísmo de amplitude ilimitada, varou sua vida cuidando de muitos e respeitando a todos. 
Atenção aos pacientes e seus familiares era fato notoriamente comprovado. Aos amigos sempre teve atenções redobradas. Vale contar aqui que conheci Sérgio nos meus 38 anos de idade, quando era completamente distante da literatura e outras atividades culturais. Só pensava em medicina e na família. Foi então que recém-chegado ao Hospital de Messejana, ele já um excelente clínico, diagnosticista por natureza, enveredou pelos rumos da pneumologia e me conheceu, logo me adotando como discípula da Clinica Médica e de seu saber literário. Introduziu-me à leitura de clássicos e de romances ditos muito bons. Li Machado de Assis, sob sua égide. 
Assim, me fez tomar gosto por essas duas vertentes do conhecimento, me fazendo ficar viciada naquilo que mais gosto: ler e escrever, além de também continuar diagnosticando e tratando doenças do aparelho respiratório. Ser médico e literato, requer veios de gosto pela humanidade. E o Sergio era humanista.  

Admirar o Sérgio seja no discurso erudito e histórico, seja numa sessão clinica ou numa roda de conversa, ou num grande e profícuo discurso na Academia Cearense de Medicina, fez parte importante de meu viver no âmbito da Medicina e das sociedades médico-literárias. Nunca perdeu o bom humor, quase sempre tendo um fato da vida real ou não, para contar de modo lúdico e muitas vezes hilário, sempre com um cunho cultural de permeio. Para mim, ele estará sempre presente nesses momentos em que se filosofa sobre a vida ou sobre a resenha de algum livro.
Obrigada meu grande e querido amigo Sergio Gomes de Matos. Sergio Gomes. Como eu costumava chamá-lo. 


Siga povoando os céus com seus saberes.

DraMarcia

Dra. Márcia Alcantara Holanda
Médica pneumologista; coordenadora do Pulmocenter; membro da Academia Cearense de Medicina
pulmocentermar@gmail.com

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Páscoa

Todos os anos você comemora esta data com a família, mas sabe qual o seu real significado?

Esse ano 2019, comemora-se em 21 a de Abril” E anualmente no primeiro domingo após a primeira lua cheia que ocorre no início da primavera (no Hemisfério Norte) e do outono (no Hemisfério Sul).

Em primeiro lugar, a páscoa é uma comemoração religiosa cristã e é o enceramento da semana santa, também muito lembrada. A semana santa começa na quinta feira onde os católicos realizam a missa da ceia do senhor.

Posteriormente, na sexta-feira é relembrada paixão de cristo, ou seja, o dia em que ele foi crucificado. A sexta-feira santa não é uma celebração como muita gente diz, é mais um lembrar-se do acontecimento com o objetivo de despertar um sentimento cristão mais forte.

De acordo com a história presente na Bíblia, Jesus Cristo foi crucificado na sexta e ressuscitou no domingo, quando apareceu para seus discípulos. Desse modo, posso dizer que o significado da páscoa tem a ver com o renascimento de Cristo. É uma comemoração à vida.

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Telemedicina, da cadeira ao WhatsApp

Admiro a abordagem que os organizadores do livro: “Você pode me ouvir, doutor? – Cartas para quem escolheu ser médico”, de Álvaro Leite e João Macedo, porque de modo abrangente e sensível, fala do problema que é a relação médico-paciente. Hoje desgastada pela rapidez com que se impõe as consultas médicas das instituições pública e planos de saúde.

A Telemedicina atende bem ao que o livro nos ensina, e muito mais. Entretanto, é desconcertante o vozerio que as entidades de classe produzem contra esse meio de comunicação que aproxima mais o médico do paciente.

Constatei isso na minha vivência, e cito o exemplo de uma paciente que mora nas proximidades do açude Arneiroz e que é portadora de asma grave. Há um mês veio daquele local para Fortaleza em forte crise, sofrendo muito durante a viagem, para uma consulta presencial. Aqui, resolveu-se a crise, realizou-se espirometria, confirmou-se o diagnóstico e uma receita lhe foi dada com a instrução de manter contato permanente via WhatsApp, inclusive de exibir vídeos a fim de se ver daqui, como estava a respiração, saturação de oxigênio, até os sintomas desaparecerem. Além disso, passei a conhecer sua família. Verifiquei o uso correto dos medicamentos inalatórios para controle das crises. Até o ambiente de casa pôde ser avaliado e controlado.

Essa experiência tem servido para acompanhar as evoluções de outras doenças, tanto nos que vem do interior, como nos da Capital.

A satisfação desses pacientes é enorme e a relação entre nós favorece a sensação de segurança da minha parte, e da deles, pois já confessaram algumas vezes que se sentem assim. Um amigo cirurgião já colaborou na realização de um complicado ato cirúrgico à distância.

Não há, então, porque não utilizar na Medicina as novas tecnologias de agora e do futuro: consultas à distância, uso da inteligência artificial nos procedimentos invasivos ou não, e no fortalecimento da relação médico-paciente. E mais: é premente que se adote a Telemedicina no currículo dos futuros médicos

DraMarcia

Dra. Márcia Alcantara Holanda
Médica pneumologista; coordenadora do Pulmocenter; membro da Academia Cearense de Medicina
pulmocentermar@gmail.com
FonteO povo

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Solidão faz mal à saúde?

Estar no seu canto, por livre e espontânea vontade, pode ser prazeroso e necessário. Já não ter com quem contar na vida costuma abalar mesmo o bem-estar

O que é, o que é? Tem sintoma, mas não é doença. Faz mal à saúde, mas não é excesso de peso. Pode até matar, mas não é tabagismo. Acertou quem disse: solidão.

Parece brincadeira, mas o assunto foi alçado a problema de saúde pública. A primeira-ministra britânica, Theresa May, criou um ministério só para cuidar do mal que ela define como “a triste realidade da vida moderna”.

Na terra da rainha, o isolamento social involuntário atinge 9 milhões de cidadãos, algo em torno de 15% da população. Desses, um em cada três, na casa dos 75 anos, afirma que o sentimento de não ter com quem contar está fora de controle.

Nesse contexto, a ONG inglesa Campanha para Acabar com a Solidão, fundada em 2011, lançou um vídeo com a seguinte pergunta: “Você conseguiria passar uma semana sem falar com ninguém?” Em uma de suas enquetes, apurou que 52% dos entrevistados gostariam de ter com quem conversar, 51% sentiam falta de ouvir risadas de alguém e 46% se queixavam de não receber um abraço.

“Todos nós, governo e sociedade, temos uma missão a cumprir. De nossa parte, criamos o movimento “Seja Mais Nós”, que encoraja pequenas conexões diárias, como cumprimentar desconhecidos na rua, convidar os vizinhos para um chá ou telefonar para algum solitário em potencial. Dez minutos de bate-papo fazem a diferença”, conta Laura Alcock-Ferguson, diretora da entidade.

O fantasma da solidão não tira o sono apenas dos britânicos. Estimativas apontam que uma em cada quatro pessoas no mundo não tem amigos pra valer, vive longe da família ou se sente desconectada socialmente.

A psicóloga Julianne Holt-Lunstad, da Universidade Brigham Young, nos Estados Unidos, revisou estudos englobando, ao todo, 3,7 milhões de voluntários, e chegou a uma conclusão alarmante: sentir-se sozinho faz tão mal à saúde como estar acima do peso, ser sedentário ou fumar 15 cigarros por dia! “Se medidas não forem tomadas, a solidão poderá atingir proporções epidêmicas até 2030”, prevê.

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