Márcia Alcântara Holanda: Asma: “Morte zero em 2020”

Por Márcia Alcântara Holanda

Márcia alcântara Holanda Médica Pneumologista e membro da Academia Cearense de Medicina

Fernanda Young, escritora, roteirista, atriz, portadora de asma, morreu em crise da doença, seguida de parada cardíaca, na madrugada do domingo, dia 25/08/2019. A crise se deu no sítio da família, em Gonçalves, sul de Minas, para onde tinha ido, a fim de descanso de fim de semana, e leitura de textos, em fase de preparação da peça: “Ainda nada de novo”, que estrearia em São Paulo, no dia 12 de setembro próximo.

Já temos as ferramentas para o controle de mais de 95% das asmas. Por que, então, se morre da doença? Resposta: não se deveria, entretanto, a doença é complexa, tem cunho genético, mais de 80% é de fundo alérgico, sendo causada por mofos, poeiras, epitélio e saliva de cão e gato, baratas, exercícios físicos, situações de estresse, infecções respiratórias, mudanças climáticas e outras mais. Um simples joguinho de futebol de salão pode matar um asmático se antes do jogo não houver usado o medicamento preventivo. A asma costuma ser traiçoeira se não cuidada devidamente. O diagnóstico correto e tratamento adequado controlam a doença. Os medicamentos disponíveis no SUS são capazes de controlar quase todos os tipos. As crises são imprevisíveis e, às vezes, fatais.

Fortaleza tem o Programa de Atenção Integral à Criança e Adulto com Asma de Fortaleza (Proaica), que conta com mais 3.000 profissionais habilitados, voluntariamente, para controlar a asma dos fortalezenses, que entre 2013 e 2018 reduziu em mais de 50% as mortes por asma na Capital (Datasus 2018). A meta é: “Morte zero em 2020”. São atualmente 9.000 asmáticos diagnosticados e tratados, utilizando a educação para alertá-los sobre a identificação dos fatores de risco que levam à morte. O uso correto dos medicamentos e não deixar de tê-los ao alcance são fatores apregoados pelos profissionais do Proaica. Deixo aqui a frase que mais uso para alertar os pacientes da necessidade de ter sua asma sob controle: “Carregue junto a si suas bombinhas prescritas pelo médico, use-as sempre que necessário, sem medo, até o fim dos seus tempos, e não morrerá de asma”.

Fonte: O povo

Caminhe contra a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)

Os sintomas e as consequências dessa doença respiratória perigosa (e muito associada ao cigarro) podem ser amenizados com a atividade física

A DPOC afeta os pulmões. Mas o exercício pode amenizar o quadro.

Pode ser difícil encontrar ânimo diante da falta de ar e da fraqueza provocadas pela doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Mas pesquisadores espanhóis têm argumentos convincentes para incluir os exercícios no combate à condição, um resultado de anos de tabagismo ou da inalação de gases poluentes.

Eles distribuíram acelerômetros – um aparelho que mexe a movimentação – a 114 pacientes com diferentes níveis de atividade física. Aí, constataram que a progressão da doença é mais lenta entre aqueles que se movimentam no dia a dia. A cada mil passos dados, o efeito protetor se ampliava.

“Exercitar-se tem um poder anti-inflamatório”, interpreta o fisioterapeuta e educador físico Celso Ricardo Carvalho, da Universidade de São Paulo. “Dançar, subir escada, andar no parque… Tudo o que o sujeito conseguir fazer ajuda a preservar a função pulmonar”, afirma.

A DPOC afeta os músculos
A redução do fluxo de ar característica da doença se reflete em todo o corpo. Com a falta de oxigenação, até os músculos começam a degenerar.

E a perda de força leva a pessoa ao sedentarismo, formando um círculo vicioso. Devidamente orientados por um profissional, exercícios de resistência, com pesinhos, ajudam a reverter a perda de massa magra.

Como montar um treino seguro e eficaz
Ajuste aos poucos: deve-se começar de maneira leve e avançar lentamente. O controle de tempo e intensidade das práticas é crucial.

Foco na respiração: na DPOC, os músculos do tórax e o diafragma são muito exigidos. Por isso, exercícios específicos para respiração são bem-vindos.

Pausa nas crises: diante de falta de ar, chiado no peito e tontura, é preciso parar os exercícios até se recuperar bem.

Após hospitalização: depois de uma internação, um programa de reabilitação pulmonar, orientado por fisioterapeuta, ajuda a retomar as atividades.

Por Goretti Tenorio
Ilustração: Pedro Hamdan/SAÚDE é Vital

Meu querido amigo Sérgio Gomes de Matos

Por: Márcia Alcântara 

Sérgio, O Doutor Sérgio, médico de homens, dotado de uma empatia revelada no reconhecimento da dor do outro, completada pelo altruísmo de amplitude ilimitada, varou sua vida cuidando de muitos e respeitando a todos. 
Atenção aos pacientes e seus familiares era fato notoriamente comprovado. Aos amigos sempre teve atenções redobradas. Vale contar aqui que conheci Sérgio nos meus 38 anos de idade, quando era completamente distante da literatura e outras atividades culturais. Só pensava em medicina e na família. Foi então que recém-chegado ao Hospital de Messejana, ele já um excelente clínico, diagnosticista por natureza, enveredou pelos rumos da pneumologia e me conheceu, logo me adotando como discípula da Clinica Médica e de seu saber literário. Introduziu-me à leitura de clássicos e de romances ditos muito bons. Li Machado de Assis, sob sua égide. 
Assim, me fez tomar gosto por essas duas vertentes do conhecimento, me fazendo ficar viciada naquilo que mais gosto: ler e escrever, além de também continuar diagnosticando e tratando doenças do aparelho respiratório. Ser médico e literato, requer veios de gosto pela humanidade. E o Sergio era humanista.  

Admirar o Sérgio seja no discurso erudito e histórico, seja numa sessão clinica ou numa roda de conversa, ou num grande e profícuo discurso na Academia Cearense de Medicina, fez parte importante de meu viver no âmbito da Medicina e das sociedades médico-literárias. Nunca perdeu o bom humor, quase sempre tendo um fato da vida real ou não, para contar de modo lúdico e muitas vezes hilário, sempre com um cunho cultural de permeio. Para mim, ele estará sempre presente nesses momentos em que se filosofa sobre a vida ou sobre a resenha de algum livro.
Obrigada meu grande e querido amigo Sergio Gomes de Matos. Sergio Gomes. Como eu costumava chamá-lo. 


Siga povoando os céus com seus saberes.

DraMarcia

Dra. Márcia Alcantara Holanda
Médica pneumologista; coordenadora do Pulmocenter; membro da Academia Cearense de Medicina
pulmocentermar@gmail.com

Páscoa

Todos os anos você comemora esta data com a família, mas sabe qual o seu real significado?

Esse ano 2019, comemora-se em 21 a de Abril” E anualmente no primeiro domingo após a primeira lua cheia que ocorre no início da primavera (no Hemisfério Norte) e do outono (no Hemisfério Sul).

Em primeiro lugar, a páscoa é uma comemoração religiosa cristã e é o enceramento da semana santa, também muito lembrada. A semana santa começa na quinta feira onde os católicos realizam a missa da ceia do senhor.

Posteriormente, na sexta-feira é relembrada paixão de cristo, ou seja, o dia em que ele foi crucificado. A sexta-feira santa não é uma celebração como muita gente diz, é mais um lembrar-se do acontecimento com o objetivo de despertar um sentimento cristão mais forte.

De acordo com a história presente na Bíblia, Jesus Cristo foi crucificado na sexta e ressuscitou no domingo, quando apareceu para seus discípulos. Desse modo, posso dizer que o significado da páscoa tem a ver com o renascimento de Cristo. É uma comemoração à vida.

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Telemedicina, da cadeira ao WhatsApp

Admiro a abordagem que os organizadores do livro: “Você pode me ouvir, doutor? – Cartas para quem escolheu ser médico”, de Álvaro Leite e João Macedo, porque de modo abrangente e sensível, fala do problema que é a relação médico-paciente. Hoje desgastada pela rapidez com que se impõe as consultas médicas das instituições pública e planos de saúde.

A Telemedicina atende bem ao que o livro nos ensina, e muito mais. Entretanto, é desconcertante o vozerio que as entidades de classe produzem contra esse meio de comunicação que aproxima mais o médico do paciente.

Constatei isso na minha vivência, e cito o exemplo de uma paciente que mora nas proximidades do açude Arneiroz e que é portadora de asma grave. Há um mês veio daquele local para Fortaleza em forte crise, sofrendo muito durante a viagem, para uma consulta presencial. Aqui, resolveu-se a crise, realizou-se espirometria, confirmou-se o diagnóstico e uma receita lhe foi dada com a instrução de manter contato permanente via WhatsApp, inclusive de exibir vídeos a fim de se ver daqui, como estava a respiração, saturação de oxigênio, até os sintomas desaparecerem. Além disso, passei a conhecer sua família. Verifiquei o uso correto dos medicamentos inalatórios para controle das crises. Até o ambiente de casa pôde ser avaliado e controlado.

Essa experiência tem servido para acompanhar as evoluções de outras doenças, tanto nos que vem do interior, como nos da Capital.

A satisfação desses pacientes é enorme e a relação entre nós favorece a sensação de segurança da minha parte, e da deles, pois já confessaram algumas vezes que se sentem assim. Um amigo cirurgião já colaborou na realização de um complicado ato cirúrgico à distância.

Não há, então, porque não utilizar na Medicina as novas tecnologias de agora e do futuro: consultas à distância, uso da inteligência artificial nos procedimentos invasivos ou não, e no fortalecimento da relação médico-paciente. E mais: é premente que se adote a Telemedicina no currículo dos futuros médicos

DraMarcia

Dra. Márcia Alcantara Holanda
Médica pneumologista; coordenadora do Pulmocenter; membro da Academia Cearense de Medicina
pulmocentermar@gmail.com
FonteO povo