A chamada tosse do fumante é muito comum, tanto em quem ainda fuma quanto nos que pararam há pouco tempo com o tabagismo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 210 milhões de pessoas em todo o planeta sofrem desse mal, cujo nome oficial é doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
A DPOC é um perigo porque pode reunir uma série de doenças crônicas pulmonares, como enfisema e bronquite. Por conta disso, o Departamento de Saúde Pública do Reino Unido iniciou recentemente uma campanha para alertar sobre os riscos da tosse recorrente em fumantes.
– Não existe tosse normal. A tosse é um sinal claro de que algo não vai bem no pulmão do fumante – enfatiza o pneumologista e professor da faculdade de Medicina da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Oliver Nascimento, ressaltando ainda que quem é diagnosticado com a doença deve parar com o cigarro imediatamente.
Da mesma forma, o fumante não pode encarar com normalidade os efeitos do tabagismo no pulmão. Quem fuma aspira substâncias químicas altamente nocivas e tem o sistema respiratório afetado seriamente pela alta temperatura da fumaça.
Pedro Genta, pneumologista do HCor (Hospital do Coração) e do Hospital das Clínicas de São Paulo, explica que o DPOC pode ter duas causas diferentes. Uma delas é a bronquite crônica que afeta as vias respiratórias nos brônquios (ou mais raramente nos bronquíolos). A outra é relacionada ao enfisema, uma destruição e alargamento dos alvéolos pulmonares.
Nos casos de enfisema, o problema está nos alvéolos pulmonares – as ramificações dos pulmões altamente vascularizadas e responsáveis pela troca gasosa entre o pulmão e a corrente sanguínea. Isso faz com que os alvéolos sejam destruídos, aprisionando o ar e reduzindo a quantidade de troca gasosa nos pulmões. Neste momento aparece a dificuldade para respirar.
Na bronquite crônica, o revestimento das vias aéreas fica mais denso conforme o indivíduo vai fumando e inflamando os brônquios. As muitas formas de muco espesso nas vias aéreas tornam a respiração muito mais difícil.
– De qualquer forma, enquanto a pessoa vai fumando, a inflamação nos brônquios vai aumentando, criando buraquinhos nos alvéolos pulmonares, que aprisionam o ar, trazendo muita dificuldade de respiração – afirma o pneumologista.
Fontes:
Organização Mundial da Saúde (OMS) – Estudo “Chronic Respiratory Disease”
Obrigado, ótimo artigo.