O Dia Mundial da Asma foi comemorado no último 2 de maio de 2017 e celebrado com grande entusiasmo pelos asmáticos de Fortaleza e pelo time de profissionais de saúde da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) em parceria com a Sociedade Cearense de Pneumologia e Cirurgia Torácica (SCPCT).
A razão de tanto entusiasmo foi o desempenho técnico e tático desse time composto por pessoas de múltiplas profissões, que de 2013 a 2016 venceu em 59% e 47% as partidas contra os adversários maiores dos asmáticos: as crises mortais e as que geram grande sofrimento e internações (DataSUS-2016). Vale salientar que é o Programa de Atenção Integral à Criança e Adulto com Asma de Fortaleza (Proaica), que norteia a desenvoltura do time. Esse programa foi criado em 1996 por médicos da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (FM-UFC) e da então Sociedade Cearense de Pneumologia e Tisiologia(SCPT), porém somente em 2013 foi que recebeu algum apoio institucional. Mas ainda não está institucionalizado.
Essa resistência de tantos anos, por parte das instituições ao Proaica, aconteceu provavelmente porque é revolucionário, inovador, não burocratizado, de baixíssimo custo e com necessidades extras mínimas para o seu pleno funcionamento. Um tripé poderoso sustenta o Proaica: 1) A disseminação do conhecimento e habilidades no manejo da asma, a partir de capacitações no mais elevado estilo participativo. O Proaica capacitou, nesse intervalo de três anos em que se tem controlado a doença, 2.800 profissionais de saúde; 2) Disponibilidade das melhores medicações, específicas para o controle das crises: são as bombinhas, de fácil manejo e grande poder de controle, já comprovados e seguros quanto ao seu uso; 3) Ampla e plena comunicação entre os profissionais envolvidos com o programa. Acrescente-se a esses sustentáculos: a adoção do prontuário eletrônico que já inclui os asmáticos matriculados no Proaica; a intensa interação tecnológica entre seus componentes, utilizando amplamente as redes sociais e a adoção da pré e pós-consulta que reforçam em muito a relação dos pacientes com os profissionais que os atende.
Essa última aumenta muito a confiança dos beneficiados e a capacidade para domínio de sua própria doença por meio da maior adesão às medidas de controle. Vale lembrar, entretanto, que a asma não tem cura; portanto, é uma doença crônica, mas tem controle absoluto. Pelo exposto, estabeleceu-se uma meta idealizada pelo time do Proaica, que é manter e intensificar esse embate contra mortes e internações por asma na tentativa de alcançar o ideal: asma, morte zero em 2021.
Dra. Márcia Alcantara Holanda
Médica pneumologista; coordenadora do Pulmocenter; membro da Academia Cearense de Medicina
Coordenadora da Comissão de Asma da SCPT
pulmocentermar@gmail.com
Fonte: O povo