Em 1970, uma médica, no seu oitavo mês de gestação, estava de plantão numa sala de Emergência, quando, de madrugada, atendeu uma criança cujo diagnóstico era de pneumonia grave. Enquanto providenciava o uso de oxigênio e a aplicação de antibiótico, informou ao pai da criança de que havia risco de morte. A reação dele foi instantânea. Colocou a mão pesada sobre o ombro dela, girando-a lateralmente e falando com olhos fixos na sua barriga: “Vou dar uma pesada nessa barriga para a senhora sentir como é ver seu filho morrer sem precisão”.
Na hora, a médica e o pai da criança ficaram “sem terra nos pés”, pelo fato de, num breve instante, instalar-se em ambos uma enorme desesperança, das que levam alguém ao desespero extremo, que é capaz de gerar atitudes desumanas.
Depois se soube que aquele pai vinha do dia anterior tentando um atendimento para seu filho, mas queria muito mais uma palavra atenta sobre a doença.
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